“A Ortodoxia manifesta-se, não dá prova de si”

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Santas 7 crianças emparedadas (os “Sete Adormecidos”) de Éfeso: Maximiliano, Jâmblico, Martiniano, João, Dinis, Constantino e Antonino (+c.150)

Houve uma grande perseguição de cristãos no tempo do reinado de Décio. O imperador em pessoa viajou a Éfeso, onde realizou uma tumultuosa e barulhenta celebração em honra dos ídolos sem vida – como também, uma matança desumana de cristãos. Sete jovens soldados, todos soldados, absteram-se da impura oferenda de sacrifícios. Eles oraram fervorosamente ao único Deus para que o povo cristão fosse salvo. Eles eram filhos dos anciães mais influentes de Éfeso, e estes eram seus nomes: Maximiliano, Jâmblico, Martiniano, João, Dinís, Constantino e Antonino. Tendo sido acusados diante do imperador, os jovens refugiaram-se numa colina fora de Éfeso, chamada Celion, onde se esconderam numa gruta. Quando o imperador tomou conhecimento disso, ele ordenou que um muro fosse erguido a fim de obstruir definitivamente a entrada da gruta. Todavia, Deus – de acordo com Sua Providência que atinge os confins do universo – realizou um grande milagre: um longo sono caiu sobre os jovens. Os cortesãos imperiais Teodoro e Rufino (eles mesmos eram cristãos em segredo) confeccionaram uma caixa de couro e depositaram-na dentro do muro. Esta caixa continha placas de chumbo sobre as quais estavam registrados os nomes dos sete rapazes e as mortes martíricas do reinado de Décio. Passaram-se mais de duzentos anos. No reinado do Imperador Teodósio, o Grande, surgiu uma calorosa discussão sobre a ressurreição dos mortos, e houve alguns que passaram a duvidá-la. O Imperador Teodósio agoniava-se em grandes aflições em resultado dessa disputa entre os fiéis e orou a Deus para que Ele, de algum modo, revelasse a verdade aos homens. Por conseguinte, alguns pastores de Adolius, que eram proprietários da colina de Ceilon, estavam construindo cercas para suas ovelhas, utilizando pedras da gruta. Eles removiam pedra por pedra. Subitamente, os jovens despertaram de seu sono, tão joviais e sadios como no dia em que adormeceram. Notícias deste milagre espalharam-se em todas as direções, tanto que Teodósio em pessoa chegou acompanhado de um grande séqüito e conversou, para seu deleite, com os jovens. Após uma semana, eles mais uma vez e profundamente repousaram no sono do qual haviam despertado, a fim de aguardarem a Ressurreição Geral. O Imperador Teodósio quis que seus corpos fossem depositados em caixões de ouro, mas eles lhe apareceram em sonhos e disseram-lhe para deixarem os corpos na terra, onde eles haviam jazido.


Hino de Louvor

Quando os últimos raios de sol ruborizavam o oeste
A Deus, oravam os Sete Jovens
Para que na manhã eles pudessem encontrar-se mais uma vez sãos e salvos;
Porém, perante o Imperador foram trazidos para tortura,
E deitaram-se para dormir longa, bem profundamente.
O tempo caminha a largos passos.
Numa manhã, o sol ergueu-se no leste,
E os Sete acordaram de seu profundo sono.
Então, Jâmblico, o mais jovem, correu para Éfeso,
Para ver, ouvir e indagar de tudo:
Décio ainda não os caçava para matá-los?
E foi comprar pão para os Sete.
Mas, vede a maravilha: este não é o mesmo portão!
E como diferente está a cidade!
Por todos os lados, belas igrejas, domos e cruzes!
Jâmblico perguntou a si mesmo: Não serão sonhos?
Nenhuma face familiar, nenhum conhecido em nenhum lugar:
Não há mais perseguidores, não há mais mártires!
“Dizei, irmãos, o nome desta cidade,
E dizei-me o nome do imperador que agora reina,”
Indagou Jâmblico. O povo olhou para ele,
E ele foi alvo de muita especulação!
“Esta cidade é Éfeso, como sempre fora;
O Imperador Teodósio agora reina em Cristo!”
Ouviu isto o procônsul, assim como o bispo dos cabelos grisalhos;
Perplexa ficou toda a cidade, e todos correram para a gruta,
Vendo o milagre, glorificaram a Deus
E os ressuscitados servos do Cristo Ressuscitado.